terça-feira, 30 de agosto de 2011

Breve História de Aparecida




Aparecida, a cidade que nasceu de um milagre no longínquo ano de 1717, lá se vão 294 anos, quase três séculos de História. Aparecida, nome carinhosamente adotado depois do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição, nas aguas do rio Paraíba do Sul.

No ano de 1717 três pescadores. Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves entraram para a História de Aparecida, do Brasil e da Igreja, eram moradores da então “povoado” que viria a ser a terra da Padroeira.

Tudo aconteceu de uma maneira singular, estava de passagem pela vila de Santo Antônio de  Guaratinguetá, Dom Pedro de Almeida e Portugal, O Conde de Assumar,  Governador da Província de São Paulo e das Minas Gerais. Devido a presença ilustre, a câmara de Guaratinguetá encarregou os pescadores acima citados a trazer quanto peixe pudessem pescar, a fim de oferecerem um banquete ao Conde de Assumar que aguardava na vila a chegada de sua bagagem, que estava sendo transportada por terra de Parati.

Apesar da labuta incansável, já bem distante da Vila de Guaratinguetá e próximo ao atual porto Itaguaçu os três pescadores desanimados nada conseguiam, e já preocupados em não poder suprir de pescado o banquete que se aproximava tentaram pela última vez lançando as redes sem muito esperar. Qual não é a surpresa! Algo vinha emaranhado nas malhas, depois de examinar o objeto encontrado, viram tratar-se de uma pequenina imagem de Nossa Senhora da Conceição sem a cabeça. Limpando e colocando o achado dentro da embarcação, agora mais curiosos, lançam novamente as redes às aguas barrentas do rio Paraiba.  Outra surpresa! Mais uma vez algo vinha nas redes, algo pequeno, leve, que por milagre não escapou por entre as malhas, surpresos e maravilhados viram tratar-se da cabeça da pequenina imagem. Sentiram-se tocados, a probabilidade de um fato como esse ocorrer esta muito aquém do entendimento dos simples pescadores. Tratava-se do primeiro milagre atribuído a Nossa Senhora, a “Aparecida”.

Ainda incrédulos, os três lançaram mais uma vez suas redes..., eram tantos peixes que quase não se podia trazê-los a bordo. Após mais algum tempo de pescaria, já tinham tanto pescado que a pequena canoa quase não suportava o peso, e jazia prestes a afundar.

Durante quinze anos, a imagem foi protegida por Filipe Pedroso e sua família, em sua casa, onde se reuniam vizinhos e parentes para rezar e venerar a Santa, que se tornava conhecida pelos milagres que realizava. Atanásio Pedroso, filho de Filipe, construiu um oratório para a Santa, que logo se tornou pequeno, devido ao grande número de devotos que por ali passavam.




Por volta de 1734, o Vigário de Guaratinguetá, com autorização do Bispo do Rio de Janeiro, construiu a Capela do Morro dos Coqueiros, (atual Basílica Velha) aberta à visitação pública, inaugurada em 26 de junho de 1745. Porém, o número de devotos aumentava, e exigia uma igreja maior. Neste espaço de tempo, mais um ilustre visitante a nossa Senhora, o Princípe Regente D. Pedro I, no dia 20 de Abril de 1822, na jornada que culminaria com a Independência do Brasil em 07 de Setembro do mesmo ano. A construção do  novo templo iniciou-se em 1834 e foi concluída em 1888, ano este em que Princesa Isabel, a redentora, assinou a Lei Áurea pondo fim a escravidão no Brasil. Tendo sido  elevada a Basílica Menor, em 29 de abril de 1908.

O Distrito de Aparecida foi criado pela Lei Provincial nº 19, em março de 1842, recebendo foros de Vila. Vinte anos depois, em 17 de dezembro de 1928, a Vila que se formou ao redor da Capela do Morro dos Coqueiros tornou-se município, emancipando-se de Guaratinguetá, pela Lei nº 2.312, elevando sua sede a categoria. Em 1929, Nossa Senhora foi proclamada Rainha  do Brasil e sua Padroeira Oficial, por determinação do Papa Pio XI.

Como descrito acima, o local atual onde se encontrava a imagem de Maria Santíssima, foi ficando pequeno perante o aumento do número de fiéis que de todas as partes vinham prestar homenagens e venerar a Santa. No dia 10/06/1946 houve a cerimônia de lançamento da pedra fundamental e respectiva benção por Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, um dos grandes incentivadores do novo templo. Presentes estavam o Cardeal-Patriarca de Lisboa, Cardeais do Rio de Janeiro e São Paulo e outras autoridades. A pedra fundamental continha a singela inscrição: ”REGINAE BRASILIAE”, ou seja, Rainha do Brasil e junto com a pedra foi colocado um estojo com terra de Fátima trazida pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa, assim como outros documentos e a ata da cerimônia.

Dar-se-á início assim a construção do maior Santuário Mariano do Mundo, que em 1980 foi consagrado pelo Papa João Paulo II, eu sua visita Apostólica ao Brasil.


Toda graça alcançada nos faz lembrar dos três pescadores e das palavras de nosso Senhor Jesus Cristo a Pedro, quando o convida a segui-lo " Vinde após mim e vos farei pescadores de homens", e quantos homens foram pescados! Atualmente o Santuário recebe  aproximadamente 10 milhões de peregrinos ao ano.


No Ano de 2007, o Santuário foi novamente agraciado com a visita do sucessor de S. Pedro, o Santo Padre Bento XVI, por ocasião da 5º Conferência Episcopal da América Latina e do Caribe e foram dias de grande júbilo junto a Nossa Senhora.
Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a voz!

Por: José Ricardo Bedendo
30/08/2011

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